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Leucemia: cientistas dos EUA descobrem nova esperança

sintomas-da-leucemia.jpgEspecialistas comemoram o resultado e acreditam estar diante de uma revolução no tratamento de cânceres no sangue

Bruna Sensêve

Publicação: 20/02/2014 

Terapia de modificação genética desenvolvida por um centro de excelência dos Estados Unidos pode transformar vilões em grandes heróis e curar a leucemia. Proteínas criadas em laboratório a partir de células do sistema imunológico do próprio paciente conseguem impulsionar o combate aos agentes cancerígenos de um tipo fulminante da doença quando diagnosticada em adultos. Os resultados atingidos pela proposta até agora são animadores. Nos primeiros testes com humanos, a equipe do Centro de Câncer Memorial Slan-Kettering, em Nova York (EUA), atingiu uma taxa de remissão de 88% nos 16 pacientes submetidos ao tratamento. Falta, porém, estudar as questões de segurança da técnica, divulgada na edição de hoje da revista Science Translational Medicine.

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A leucemia é um tipo de câncer que atinge os glóbulos brancos do organismo, ou seja, ataca diretamente o exército de defesa do indivíduo, mutando as células normais e invadindo a medula óssea — onde se forma o sangue. Os voluntários do estudo foram diagnosticados com um tipo altamente letal da doença: a leucemia linfoblástica aguda recidiva ou refratária B. O mal, quando detectado em adultos, tende a levar a um prognóstico ruim, com uma sobrevida média de seis meses ou menos. Inicialmente, esse tipo de câncer é sensível à quimioterapia, mas, muitas vezes, se torna resistente à medicação, levando os pacientes à reincidência. O tratamento padrão para essa variação de leucemia é o transplante autólogo de medula. No entanto, o procedimento não pode ser realizado quando a doença está em plena atividade. Precisa-se enfraquecê-la antes, fase em que os médicos indicam a químio e a radioterapia. A alternativa, porém, não surte efeito em pacientes resistentes.

Para combater a doença, os oncologistas norte-americanos propõem utilizar uma molécula criada por eles — o receptor de antígeno quimérico, ou simplesmente CARs — por meio de uma modificação genética dos glóbulos brancos originários da medula óssea do próprio paciente. CARs são proteínas que direcionam as células do sistema imunológico para que matem as células de leucemia. É como se as células fossem “reeducadas” para reconhecer e destruir estruturas cancerígenas que têm a proteína CD19 — alvo terapêutico que identifica somente as moléculas malignas, sem atacar o restante do corpo. Essa característica contrasta com os quimioterápicos atuais, que deixam um rastro de devastação em todas as células do paciente e causam efeitos colaterais fortes.

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