Felipe Gabriel/Folhapress / Folha de São Paulo 17/08/14
Com música vinda de um amplificador acoplado a um carrinho de feira, os encontros de dança na quadra do parque reúnem 30 pessoas três vezes por semana, a maioria idosos.
Durante uma hora eles giram, dão passos para a frente, para trás e mexem os braços ao som do repertório que vai de Paula Fernandes ao hit "Happy", de Pharrell Williams, passando por Shakira e pop japonês.
A coreógrafa Elly Takashima, 60, passa poucas orientações aos bailarinos ("direita, esquerda").
Publicitária aposentada, é ela quem seleciona as canções das aulas, vendo "o que está na moda" no site de vídeos YouTube e na lista de indicados ao prêmio Grammy.
"Fui eu que trouxe o pop e o hip-hop em 2008, antes era mais música oriental. Claro, adapto os movimentos para a nossa idade."
O taiwanês Rafael Tengi, 75, fundou o grupo com um amigo, em 1998. "Quer participar também? Não precisa pagar nada", convoca antes da aula quem passa por ali, com um sotaque ainda carregado apesar das três décadas no Brasil. Ele nunca falta, "a não ser quando vai passar uns dias no Taiwan", afirma uma colega, que pega carona com Tengi.
No grupo de dança, são frequentes os relatos de melhora no condicionamento físico e de auxílio no tratamento da depressão.
Não é para menos: poucas coisas são mais difíceis do que executar, em grupo, versão do "moonwalk" de Michael Jackson, como demonstra uma das dançarinas, deslizando os tênis brancos pela quadra do
Ibirapuera (ou parque Michael Jackson, como propôs na Câmara Municipal, em 2009, o então vereador do PP Agnaldo Timóteo).