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Médicos não indicam uso da aspirina aos cardíacos

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RIO - A aspirina não deve ser mais usada para tentar prevenir derrames em pessoas com um distúrbio no ritmo cardíaco, pois é ineficaz e tem atuado como uma “cortina de fumaça”, impedindo a indicação do tratamento certo, segundo peritos britânicos.

O alerta afeta 100 mil pessoas (só na Inglaterra) com fibrilação arterial, que faz o coração bater de forma irregurlar e, por vezes, muito rápido. O Instituo Nacional de Saúde e Cuidados alerta para que os pacientes e seus familiares procurem seus médicos para uma medicação alternativa.

Os especialistas afirmam que um quarto das pessoas possuem a deficiência mas não foram diagnosticadas, e que esta é uma condição que aumenta o risco de acidente vascular cerebral em cinco vezes. O conselho dos peritos é a utilização de anticoagulantes - o que substitui o conselho anterior, publicado em 2006, que aprovou os antiagregantes plaquetários, como a aspirina.

Cowan, presidente do grupo que elaborou a orientação de saúde, afirma que o uso de aspirina criou uma “cortina de fumaça” nos cuidados.

— A aspirina tem sido como uma cortina de fumaça para anticoagulação. Sabemos agora que os efeitos da aspirina são questionáveis, se é que há algum efeito. Por isso ela já não é recomendada para a prevenção do AVC.

O instituto disse que derrames entre pessoas com fibrilação são “altamente evitáveis” e que sete mil mortes poderiam ser evitadas se tratadas com anticoagulantes. A aspirina ainda é indicada para tratamento de pacientes com uma combinação de insuficiência cardíaca e doença coronária, e para aqueles que sofreram um ataque isquêmico ou um mini-AVC. Apenas metade das pessoas utilizam anticoagulantes no momento, de acordo com os especialistas.

— Qualquer acidente vascular cerebral que ocorre em um paciente com fibrilação é uma tragédia porque poderia ser evitável — diz Robert Cowan, professor da University of Melbourne, Austrália.

Devido ao risco de hemorragia, o grupo de orientação não recomenda anticoagulantes para pessoas com baixo risco de acidente vascular cerebral ou com alto risco de sangramento, o que pode ser calculado usando novas ferramentas publicadas pelo insituto. Cowan afirma que apenas cerca de 6% das pessoas com fibrilação não receberiam anticoagulantes sob as novas diretrizes. Acredita-se que o risco de hemorragia é uma das razões pela qual muitos utilizam a aspirina, que tem sido usada há 20 anos por pacientes com este problema.

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