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Quedas em idosos: causam fraturas e doenças

 14/07/2011

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                        Com o avançar da idade, é preciso ter cuidado redobrado com as quedas, que representam um grande risco à terceira idade e podem levar a óbito. Segundo levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 1.478 idosos morreram em decorrência de fraturas do fêmur somente no ano de 2009. O consultor de Geriatria da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Salo Buksman, revela que cerca de 5% das quedas resultam em fraturas e outras 5% em ferimentos graves.
- Muitos idosos morrem em consequência das quedas, principalmente por fratura de crânio ou do fêmur. Esta última representa risco de até 20% de mortalidade ao longo do primeiro ano do acidente -, destaca.

O coordenador de Ortopedia da SES, Leonardo Rocha, explica que o alto índice de mortalidade deve-se às possíveis complicações decorrentes da fratura. 

- Como o paciente fica muito acamado, permanecendo deitado por longos períodos, torna-se mais propenso ao aparecimento de ferimentos na pele, denominados úlcera de pressão, que podem evoluir para infecções -, explica ele, que acrescenta o risco de trombose – entupimento das veias - nas pernas, de pneumonia, devido ao acúmulo de líquido na base do pulmão, de sarcopenia – diminuição da massa muscular esquelética - e de depressão como outras consequências que podem resultar na morte do paciente. 

Pesquisas nacionais e internacionais comprovam que cerca de 30% dos idosos caem pelo menos uma vez ao ano devido a problemas intrínsecos relacionados ao equilíbrio, à visão, à labirintite e ao uso de medicamentos, como remédios para dormir e calmantes. Remédios para pressão alta em dose excessiva também podem causar diminuição súbita da pressão arterial quando se fica de pé e favorecer as quedas. 

Buksman destaca que normalmente os acidentes ocorrem com pessoas que não fazem exercícios físicos e, portanto, têm atrofia muscular. Segundo o médico, idosos que tomam remédio por conta própria ou que deixam de ir ao médico por muito tempo caem mais. 

- É fundamental fazer a reavaliação dos remédios anti-hipertensivos e dos chamados psicoativos a cada seis meses. O exame de vista deve ser feito todo ano e o uso de lentes corretivas precisa ser reavaliado com frequência, pois o idoso só percebe que está enxergando mal quando faz o exame -, alerta. 

Nos casos em que o idoso paralisa suas atividades cotidianas por conta do acidente, a interferência atinge questões psicológicas, pois gera um sentimento de culpa que prejudica a autoconfiança e pode levar ao isolamento social e à depressão. Neste caso, a psicóloga do Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Dona Lindu, Aline Assunção, explica que é essencial que o idoso tenha o acolhimento hospitalar e familiar necessário. 

- Alguns idosos podem desenvolver o que chamamos de "síndrome pós-queda", que é uma resistência à locomoção causada pelo medo de sofrer outro acidente, o que pode levar à dependência familiar -, esclarece. 

De acordo com Buksman, 70% das quedas ocorrem dentro de casa, por isso a família torna-se a maior responsável pelas adaptações na residência. Confira algumas medidas preventivas: 

- Evitar pisos escorregadios e, quando necessário, afixar faixas antiderrapantes; 

- Devem ser evitados degraus e outros obstáculos que possam induzir a tropeços no percurso, como tapetes e mesas de centro;

 - É indicado o uso de corrimãos em rampas, escadas, interior do banheiro e outros locais de maior incidência de queda; 

- Os calçados devem ter solado antiderrapante e o uso de chinelos deve ser evitado; 

- Os objetos de maior uso, como medicamentos e óculos, devem ser mantidos ao alcance do idoso, principalmente durante a noite; 

- Os medicamentos devem ser ingeridos de acordo com orientação médica, respeitando horários e dosagens; 

- Para evitar acidentes com ferimentos, em caso de queda, os móveis devem ter as pontas arredondadas ou protegidas; 

- A altura da cama e das cadeiras deve respeitar a estatura do idoso para que ele mantenha os pés apoiados no chão, o que contribui para o equilíbrio; 

- Por fim, a medida mais importante de prevenção é a prática regular de exercícios físicos como musculação, dança e tai chi chuan.

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