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RJ - Mendes

Mendes: Trabalho sobre suicídio de idoso na imprensa

    A pesquisa É possível prevenir a antecipação do fim? Suicídio de idosos no Brasil e possibilidades de atuação do setor saúde continua ganhando destaque na imprensa. No dia 6 de fevereiro, a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora doCentro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP), Cecília Minayo, participou de um debate no programa Tema Livre da Rádio Nacional, de acordo com a pesquisadora, no Brasil, a relação de idosos que pensam ou tentam cometer suicídio é de quatro para um.


Leia, abaixo, alguns trechos da entrevista.

Por Luiza Gualhano, jornalista da revista Ciência & Saúde Coletiva.

“Apesar de em outros países, como na Europa, nos Estados Unidos e nas culturas orientais, o idoso ser mais respeitado do que aqui, não podemos mitificar nada, porque na Europa há mais suicídio do que no Brasil, nas sociedades orientais também, em última instância há uma forte carga cultural nas taxas de suicídio e cada ato é uma decisão pessoal, paradoxalmente é uma opção de vida.”

“A perda do status social tem um papel muito importante, sobretudo para os homens que se acostumaram a viver apenas do trabalho e dele derivar todas as suas relações sociais. Geralmente, eles não pensam no momento após a aposentadoria. É como se para ele restasse um não lugar social.”

“Mais de 85% dos idosos no Brasil são saudáveis, o que não quer dizer que não tenham algum problema de saúde, mas são ativos, têm autonomia. Porém, há um percentual importante de 15% de idosos que começam a ter problemas de saúde sérios que exigem cuidados, perda de autonomia e, no caso dos homens, os maiores sofrimentos estão associados também à perda de sua potência sexual.”

“No Brasil, a relação de idosos que pensam ou tentam cometer suicídio é de quatro para um. Essa pesquisa é voltada para a área de saúde, e na atenção primária, o mais importante é manter o idoso em atividade. A primeira medida preventiva é manter o idoso valorizado e em atividade, e a segunda medida é um alerta para os profissionais de saúde e os familiares: quando um idoso falar em se matar ou tentar fazê-lo, esses agentes precisam acreditar no que ouvem e no que presenciam. Esses idosos precisam ser acompanhados e cuidados mais de perto por alguém da família e ter paralelamente uma assistência profissional, de preferência de um psicólogo.”

“Lamento que os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) não estejam preparados para enfrentar esse problema, o que é fundamental, tendo em vista que a população brasileira está envelhecendo, e a área de saúde precisa acompanhar tais mudanças.”

 

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