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Turismo acadêmico: 'Cinquentão' busca intercâmbio com conforto e cultura

12/01/2

DE SÃO PAULO

Arrumar as malas para passar uma temporada de intercâmbio no exterior está deixando de ser programa apenas para jovens e adolescentes em busca de novas experiências. O público com mais de 50 anos que procura agências para estudar fora do país é o que mais cresce.

Ao contrário dos mais jovens, esse público sênior quer algo mais do que jogar a mochila nas costas e conhecer novas realidades e pontos turísticos para tirar fotografias e postar em redes sociais.

Artista plástica já fez quatro intercâmbios na França

Ele quer aprender gastronomia, falar bem outra língua e ter contato com manifestações artísticas, culturais e históricas diferentes.

"Pessoas com mais de 50 anos têm gosto mais apurado, maior percepção de mundo e não se contentam em apenas passar por um local e fazer turismo. Elas querem uma imersão, uma vivência verdadeira", diz Diogo Rodrigues, diretor comercial da Interconnect Brasil.

FAMÍLIA

Embora haja semelhanças entre o intercâmbio juvenil e o sênior, os mais velhos exigem condições um pouco diferente de acomodação e de carga horária de estudos e conteúdo, além do tamanho das turmas de aprendizado.

"Quem opta por ficar em residência de família quer casas mais bem localizadas, com banheiros individuais e mais opções de alimentação", afirma Rodrigues.

Segundo ele, normalmente o programa do curso vai envolver atividades extras como visitas a museus e teatros.

Geralmente, os cursos procurados pelos maiores de 50 duram menos tempo (entre 2 e 4 semanas) -por causa das obrigações e estrutura familiar-, as turmas possuem menos alunos (de 8 a 16).

Segundo a gerente de cursos do STB (Student Travel Bureau), Marcia Mattos, apenas no ano passado, a busca de pessoas nesse perfil por intercâmbio cresceu 40%.

FORMAÇÃO

De acordo com Marcia, esses alunos com mais de 50 anos estão atrás de uma experiência mais completa.

"O intercâmbio possibilita ampliar a rede de relacionamentos, conseguir aperfeiçoamento para o trabalho e desenvolver interesses específicos como fotografia ou pintura", diz.

Zita Matilde Arduini, 67, planeja uma temporada de estudos para este ano. Quer mais conhecimento, aperfeiçoar o inglês, e conhecer pessoas e cultura novas.

"Tenho muita curiosidade pelo intercâmbio e estou analisando as possibilidades. Hoje é mais fácil e há mais opções do que no passado. Ainda tenho dúvidas do lugar. Talvez eu vá para o Canadá, mas tenho receio do frio".

Os cursos para pessoas acima dos 50 anos no exterior têm valores semelhantes aos dos mais jovens.

Mas exigências diferentes, como padrão de residência e aulas particulares, podem aumentar o custo da empreitada em cerca de 15%.

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