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Droga anticâncer restaura memória de cobaias com Alzheimer

 

 

Editoria de arte/folhapress

 

Uma droga que há dez anos vem sendo usada para tratar câncer de pele se revelou um medicamento eficaz também contra o mal de Alzheimer. O efeito inesperado foi verificado em uma série de experimentos com camundongos, e cientistas devem começar testes clínicos em humanos ainda neste ano.

A descoberta foi feita por pesquisadores da Universidade Case Western Reserve (EUA), que há dois anos descobriram uma possível ligação entre o bexaroteno (droga usada no estudo) e proteínas que cérebros saudáveis usam para prevenir o Alzheimer naturalmente.

O medicamento foi aplicado em roedores modificados para contraírem a doença.

Segundo estudo publicado na revista "Science", algumas das cobaias recobraram mais de 50% de suas capacidades cognitivas em 72 horas.

Os cientistas submetiam os bichos a testes de orientação espacial, memória olfativa e comportamento. Em um dos experimentos, avaliavam a capacidade dos camundongos de montar seus próprios ninhos (leia gráfico).

Paige Cramer e Gary Landreth, os líderes do trabalho, fundaram agora uma empresa para realizar os testes clínicos da droga em humanos com Alzheimer.

"O bexaroteno funcionou bem em camundongos porque consegue cruzar a barreira entre o cérebro e a corrente sanguínea", disse Cramer à Folha. "Ainda precisamos saber se isso vai ocorrer em humanos também."

O problema por trás do mal de Alzheimer é o acúmulo da beta-amiloide, uma molécula que surge como subproduto da atividade dos neurônios.

Em cérebros normais, há proteínas que limpam a beta-amiloide, mas isso não ocorre no sistema nervoso dos portadores da doença.

Segundo Cramer, o bexaroteno age sobre o DNA dos pacientes e ativa genes responsáveis pela produção de alguns tipos de "apolipoproteínas" que fragmentam a beta-amiloide e facilitam sua eliminação.

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