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Remédio do Iepa (Amapá) cura o pé diabético. No RJ é a principal causa de amputação

                   Enquanto no Rio de Janeiro o presidente da SBCV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Carlos Eduardo Virgini, declara que é alto o número de amputações do pé diabético, no Amapá esses casos são curados. Leia matéria reproduzida do Jornal Folha do Estado (Amapá), do dia 21 de janeiro de 2012 e compare com matéria do Jornal do Brasil de 09/11/2012.

Remédio do Iepa cura o pé diabético

 Um pote de jucá com 5 gramas (duração de cinco dias de tratamento) custa no Iepa R$ 4,00. O tratamento no hospital leva em média de 25 a 45 dias, ao custo de R$ 16 mil para cada 10 dias.

Flávio Barros 

Diz o ditado popular que “a voz do povo é a voz da sabedoria”. Seguindo essa máxima, a pesquisadora do Iepa (Instituto de Estudo e Pesquisa do Amapá), Francineide Pereira da Silva Pena, perguntou a um rapaz que pegava folhas de jucá dentro da área do instituto qual o motivo daquela colheita. Ele respondeu que era para tratar o pé do pai dele que era diabético. Francineide resolveu investigar o caso, conhecendo o doente e acompanhando o tratamento. Dessa forma, o Iepa conseguiu colocar na relação do SUS para tratamento fitoterápico, a pomada de jucá, como cicatrizante, preparando a papelada para registrar o produto industrialmente.

O “pé diabético” – como é conhecido popularmente – é um processo de feridas crônicas, desenvolvidas pela falta de circulação do sangue nos pés, levando à amputação dos membros. Uma simples ferida no dedo do pé de uma pessoa diabética pode ocasionar essa situação, muito temida pelos portadores da doença. O tratamento desenvolvido pela equipe do Iepa inclui o líquido (extrato) para lavagem, o sabonete para limpeza e o gel como remédio, todos à base de jucá. Na experiência, a medicação foi usada em uma senhora que estava para ter o pé amputado por ordem médica, com sucesso total. Ela havia perdido parte do calcanhar.

Para se ter uma ideia da economia proporcionada pelo remédio natural, o similar mais usado da medicina tradicional (alopática) é o Fibrasa, com o custo de R$ 22,86 de um tubocom 10 gramas. Ou R$ 54,94 de um tubo de 30 gramas. Um pote de jucá com 5 gramas (duração de cinco dias de tratamento) custa no Iepa R$ 4,00. O tratamento no hospital leva em média de 25 a 45 dias, ao custo de R$ 16mil para cada 19 dias. A tabela do SUS tem um custo de repasse para o estado de R$ 292,00 por 10 dias de internação e tratamento do doente.

A equipe do “pé diabético” do Iepa é coordenada pela enfermeira Francineide Pereira da Silva pena, especializações em médico cirurgia na Uepa e em saúde pública na Fiocruz, mestre em desenvolvimento sustentável na UNB, através de convênio da Unifap/GEA e Ministério do Meio Ambiente, celebrado no governo João Capiberibe, além de habilitação no Centro de Referência para cuidar de “pé diabético” em Taguatinga (Brasília). Composta pelos enfermeiros Albenise Santana Alves Barros, José Luis da Cunha Pena, Sônia do Socorro do Carmo Oliveira, Belmira Farias de Souza e do biomédico Maurício José Cordeiro Souza.

  • Instituto de Estudo e Pesquisa do Amapá - EndereçoAvenida Feliciano Coelho, 1509 - Santa Rita, Macapá - AP, 68901-025
    Telefone:(96) (96) 3212-5341 / 3212-5342 / 3212-5366 -  Assessora de imprensa do Instituto, Ângela Andrade 9122-7379 Vivo
     
  •  Veja matéria no site do Jornal do Brasil:

    08/11 às 21h37 - Atualizada em 08/11 às 21h42

    Pacientes com pé diabético atendidos em hospitais do Rio acabam sendo amputados

     Rio de Janeiro – Mais da metade das pessoas que procuram a emergência hospitalar no estado do Rio com problema de pé diabético acabam sofrendo amputação. A constatação está em um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular - Regional Rio de Janeiro (SBCV-RJ), entre 6 de agosto e 14 de setembro deste ano, com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de 30 hospitais do estado. Eles foram acompanhados durante todo o tempo de permanência no hospital. De acordo com o presidente da SBCV, Carlos Eduardo Virgini, o número de amputações é preocupante.

    “O pé diabético é uma complicação muito grave, muito comum, em qualquer emergência hospitalar você encontra vários pacientes internados, e o que é mais grave é que eles acabam sendo amputados. Nós vimos, por exemplo, que de cada dez pacientes que se internam nas emergências, seis amputam, um índice altíssimo, é uma coisa muito grave, que precisa ser discutida na sociedade. A gente precisa procurar formas de amenizar essa questão”, disse.

    No período da pesquisa, foram 193 casos de pacientes diabéticos com lesão no pé. 59% eram homens, com mais de 62 anos de idade e mais de 11 anos de diabetes. De acordo com Virgini, o principal motivo que leva à amputação em diabéticos é a falta de cuidados preventivos.

    “Tem a ver com o fato do paciente não ter conhecimento da doença, não cuidar bem da lesão, que pode começar com um arranhão que não é bem tratado. Mas, sem dúvida, a falta de acesso ao atendimento básico é uma questão essencial. Ou o paciente vai ao posto de saúde tratar da ferida ou ele vai no final da linha, chega na emergência com uma lesão muito avançada, com infecção, com infecção do osso, aí não tem muito o que fazer e acaba sendo amputado por causa disso. Falta o atendimento no meio do caminho, intermediário”.

    De acordo com o médico, para prevenir essas amputações é fundamental a educação sistemática do paciente, da família e das equipes de atenção básica, além de organizar o atendimento das equipes multidisciplinares e em nível secundário.

    O assunto foi debatido em audiência pública hoje (8) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), dentro das atividades da 8ª Semana Estadual de Saúde Vascular.

    A médica endocrinologista Solange Travassos, integrante da União de Associações de Diabéticos do Estado do Rio de Janeiro (Uaderj), declarou que a diabetes foi a causa de 4,6 milhões de mortes no mundo em 2011. A cada cinco segundos uma pessoa fica diabética e uma morre a cada dez segundos por causa da doença.

    De acordo com Solange, os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 80% dos diabéticos vivem em países pobres e que 183 milhões de pessoas não sabem que têm a doença e, portanto, não se cuidam. Consequentemente, quando ocorre o diagnóstico, metade dos pacientes já desenvolveu complicações crônicas como alterações na retina, nos rins e o pé diabético, um problema vascular e neurológico que normalmente começa com a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo.

    Sobre as amputações, a endocrinologista disse que o problema é antigo e mundial, sendo a diabetes a maior causa de amputação não traumática em todo o mundo, por falta de prevenção.

    “Quando você tem uma política de prevenção eficaz, quando o paciente é bem tratado, quando ele tem o pé examinado em toda consulta, quando ele tem acesso aos medicamentos que ele precisa para atingir a meta de tratamento, isso não acontece. Então é muito triste você ver uma pessoa perder algum dedo, um pé, uma perna, o que seja, sabendo que se fossem tomadas algumas medidas um pouco antes, isso poderia ter sido completamente evitado”, ressaltou.

    A gerente do programa de diabético da Secretaria Municipal de Saúde, Cláudia Ramos, disse que, desde 2009, o governo passou a ter como foco melhorar a atenção primaria à saúde, o que demora um pouco a refletir nos números e estatísticas.

    De acordo com ela, o Rio de Janeiro estava muito atrasado na área de atendimento, mas agora conta com 191 unidades de atenção primária, para acompanhar as doenças crônicas não transmissíveis diretamente nas comunidades. “Hoje nós temos mais de 70 clínicas da família e 800 equipes completas. A Rocinha, por exemplo, que era uma prioridade, está com 100% de cobertura”, declarou.

     

    Segundo a gerente, o Rio de Janeiro tem cerca de 300 mil diabéticos, que contam com atendimento específico pelas equipes da Saúde da Família. A insulina também está disponível em todos os pontos de atendimento da secretaria, com um médico capacitado para receitá-la ao paciente.

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